Pesquisa revela que a maioria da população brasileira apoia algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas. O estudo da Nexus aponta que 54% dos entrevistados são favoráveis à proibição total dos aparelhos, enquanto 32% defendem a liberação apenas para atividades pedagógicas, com autorização prévia dos professores. Apenas 14% se opõem às restrições […]


Menina Usando Vestido Azul Enquanto Usa Smartphone
Menina Usando Vestido Azul Enquanto Usa Smartphone. Créditos: Pexel/Andrea Piacquadio

Pesquisa revela que a maioria da população brasileira apoia algum tipo de restrição ao uso de celulares nas escolas.

O estudo da Nexus aponta que 54% dos entrevistados são favoráveis à proibição total dos aparelhos, enquanto 32% defendem a liberação apenas para atividades pedagógicas, com autorização prévia dos professores. Apenas 14% se opõem às restrições que estão sendo discutidas no Congresso.

Entre os jovens de 16 a 24 anos, a maioria também apoia a restrição, embora com uma adesão ligeiramente menor à proibição total. A pesquisa mostra que 46% dos entrevistados nesta faixa etária são favoráveis à proibição total (contra 54% na média nacional), enquanto 43% preferem a utilização parcial dos celulares em atividades didáticas, totalizando 89% dos jovens.

Apesar de apenas 11% dos jovens serem contra qualquer tipo de restrição, quase metade (43%) considera o uso parcial dos celulares em sala de aula uma solução viável. Entre as faixas etárias mais velhas, essa alternativa tem menos apoio: 32% dos entrevistados com mais de 60 anos, 31% dos de 25 a 40 anos e 27% dos de 41 a 59 anos. Quando a opção é pela proibição total, o apoio aumenta significativamente, com 58% dos entrevistados nessa faixa etária defendendo a restrição total.

A pesquisa da Nexus também revela que, quanto maior a renda, maior o apoio à proibição do uso de celulares nas escolas. Apenas 5% da população com renda superior a cinco salários mínimos se opõe à proposta, enquanto 17% das pessoas que ganham até um salário mínimo são contra a medida. A restrição total também é mais defendida pelos mais ricos: 67% acreditam que os celulares devem ser completamente proibidos, em comparação com 54% da população em geral.

À medida que o debate sobre a imposição de restrições avança, fica evidente a tendência de aprovação da medida. Isso reflete uma preocupação significativa dos pais, dos próprios alunos e da sociedade em geral. Caso contrário, não teríamos 86% de apoio a algum tipo de restrição. Há uma clara percepção de que é necessário tomar providências para evitar o uso excessivo de celulares nas escolas, a fim de preservar o processo de aprendizagem. – Marcelo Tokarski, CEO da Nexus

“Há uma clara percepção de que é necessário tomar providências para evitar o uso excessivo de celulares nas escolas, a fim de preservar o processo de aprendizagem”,
– Marcelo Tokarski, CEO da Nexus.

Outro ponto relevante, segundo Tokarski, é a falta de diferença de opinião entre quem convive ou não com crianças em idade escolar. A aprovação da proibição total ou parcial é a mesma, tanto entre quem tem filhos ou mora com crianças matriculadas em escolas quanto entre quem não tem filhos, ou convive com estudantes. Em ambos os grupos, 54% defendem a proibição total, enquanto 32% apoiam a restrição parcial, permitindo o uso apenas para atividades pedagógicas, explica o CEO da Nexus.

Atualmente, tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que visa limitar o uso de celulares nas escolas. O Ministério da Educação chegou a anunciar que estava preparando uma proposta sobre o tema, mas ela ainda não foi apresentada. O texto aprovado pela Comissão de Educação da Câmara proíbe o uso de celulares para crianças de até 10 anos, permitindo seu uso apenas para atividades pedagógicas a partir dos 11 anos.